Reportagem do jornalista Bruno Voloch, publicada pelo site O Tempo, relata a atual situação da Federação Rondoniense de Voleibol - FRV, com sérias denúncias de irregularidades e gestão sub judice, e com a suposta conivência do presidente da CBV - Confederação Brasileira de Vôlei.
Entre as supostas irregularidades constam CNPJ de entidade baixado na RF desde 2008 com direito de voto e voz, e uma das mais grave, o ex-presidente afastado pela justiça desde do ano de 2022 continuou assinando as movimentações financeiras da entidade descumprindo a decisão judicial.
Confira na íntegra a matéria publicada no site O TEMPO
O PREÇO E VALOR DA 'MERENDA': A HORRENDA CONIVÊNCIA DA CBV NA ELEIÇÃO EM RONDÔNIA, AINDA SUB JUDICE
O primeiro ato aconteceu no dia 23 do mês passado na cidade de Porto Velho, Rondônia.
O presidente da CBV, Radamés Lattari, e o Presidente da Federação do Acre e membro do conselho de administração da CBV, João Petrolitano estiveram juntos para posse da Presidente da Federação Rondoniense, Sabrina Negreiros.
As eleições ainda sendo discutidas na Justiça de Rondônia desde do ano de 2022 quando foi reconhecida irregularidades naquele pleito razão pela qual foi anulado e determinado outro.
Na última eleição realizada por força de decisão judicial ocorrido no mês de julho de 2024, a chapa da oposição denunciou irregularidades graves que impediam a atual presidente de concorrer.
Não havia prestação de contas desde 2018, sem contar denúncias de manobras graves no colégio eleitoral visando garantir a perpetuação do poder.
A cúpula da CBV simplesmente desconsiderou as irregularidades denunciadas. E pior. Radamés foi conivente chancelando a atual gestão.
O mais estranho é que em plena crise aérea que o Estado de Rondônia atravessa, inclusive com problemas ambientais graves antes as queimadas da região, o Presidente da CBV e membro do conselho de administração fizeram tamanho esforço para chagarem em Porto Velho prestigiando a posse da Presidente Sabrina, contando ainda com a presença do ex-presidente, afastado por irregularidades pela justiça de Rondônia, Sergio Feitosa.
Os processos judiciais em decorrência das irregularidades prosseguem sem previsão de finalização.
O blog apurou que em fevereiro de 2022 foi ajuizada ação nº 7012143-41.2022.8.22.0001 pelos representantes das comissões de atletas visando a nulidade das eleições da federação ocorrida em janeiro de 2022.
Liminarmente o juízo afastou o então presidente Sergio Feitosa, com Sabrina Negreiros assumindo.
A justiça de Rondônia reconheceu as irregularidades na eleição ocorrida em 21/01/2022 como a ausência de publicação do edital que ensejou na ausência dos representantes das comissões de atletas.
Após recurso pela Federação foi mantida a sentença que determinou a realização de novas eleições.
A presidente em exercício, Sabrina Negreiros, em junho de 2024, nomeou comissão eleitoral que convocou novas eleições tendo lançado sua candidatura mesmo já estando de mudança para o interior de São Paulo para acompanhar, segundo consta, o marido que assumiu um cargo público.
Foram constatadas inúmeras irregularidades administrativas como ausência de registro de atas de prestação de contas desde do ano de 2018, como também entidade com CNPJ baixado exercendo direito de voto e voz na entidade.
O mais grave é que o ex-presidente afastado pela justiça desde do ano de 2022 continuou assinando as movimentações financeiras da entidade descumprindo decisão judicial.
A Federação não consegue receber verbas públicas para o desenvolvimento do vôlei em razão da incompatibilidade já que Sabrina é funcionária pública estadual acarretando prejuízo sérios.
Mesmo tendo convocado assembleia eleitoral para o dia 24.07.2024, contudo em decisão da comissão eleitoral no dia 17.07, cancelou o pleito sob o fundamento de vacância dos cargos das comissões de atletas considerando que havia chapa concorrente que com os votos dos atletas teria a maioria.
Novamente foi ajuizado outra ação judicial de nº 7039102-78.2024.8.22.0001 visando a manutenção do edital de convocação para realização das eleições da Federação.
O juiz deferiu a liminar em 23.07.2024 determinando que a Federação prossiga com o edital de convocação do ponto de interrupção adequando a novo cronograma para conclusão dos trabalhos.
Surpreendentemente foi informado pela Federação sem a devida publicação que o pleito seria realizado no dia 29.07.2024, com flagrante manipulação do colégio eleitoral incluindo entidades que não haviam sido relacionadas no primeiro edital de convocação, e absurdamente dentre essas entidades havia uma que está com CNPJ baixado na receita federal desde de 2008.
E mais: outra manipulação e fraude grave foi a nomeação pela Presidente, na véspera das eleições, dois delegados para representar os atletas desconsiderando os membros das comissões eleitos, sendo esses dois “delegados” votando abertamente na chapa da atual presidente.
A chapa da oposição antes do pleito impugnou a chapa da atual presidente e outros membros pela ausência de prestação de contas registradas e aprovadas durante o mandato que exerceu como vice-presidente e também como presidente interina quando houve o afastamento do ex-presidente ante a inadimplência das contas da federação que desde 2008 não tem registro no cartório de ata de prestação de contas tendo apresentado provas
A comissão eleitoral no qual tinha como presidente o secretário da Federação, Rogério Barbosa, agindo totalmente de forma parcial, sem considerar a disposição estatutária, rejeitou a impugnação quanto a inelegibilidade mantendo a chapa da atual presidente no pleito, já que estava o circo armado para manutenção no cargo.
Na assembleia de eleição realizada no dia 29/07/2024 a chapa da oposição ainda pleiteou a assembleia que apreciasse a impugnação apresentada e que fosse declarada inelegível a Presidente Sabrina por ausência de prestação de contas conforme previsão estatutária, o que não foi deferido.
Seguindo a assembleia de eleição de forma arbitrária e ilegal com a participação da chapa da atual presidente vencendo por 4 a 2 foi mantida a temerária gestão.
Outro ponto: na assembleia da eleição não foi confeccionada ata no mesmo momento que acabou para que os presentes assinassem naquele momento e foi pedido prazo para fazer a ata, ou seja maculando todo o processo que já estava eivado de irregularidades insanáveis.
Cabe ressaltar que toda a situação que ocorre em Rondônia há anos tem conivência com atuação veemente da CBV que, segundo consta, concede suporte jurídico e administrativo para perpetuação no poder mesmo diante de irregularidades patentes.
A eleição da Federação de Rondônia continua sub judice sem prazo para terminar e possivelmente com desdobramento policial para apurar indícios graves de crimes.
No jogo sujo dos bastidores da CBV, é preciso cautela: quem puxa seu tapete hoje, amanhã pode virar poeira debaixo dele.
É aquilo: o que é lixo para alguns, é comida para outros.
Reportagem: Bruno Voloch
Comentários: